Vôo...
Espalho partículas...
Cinzas jamais...
(silva salles)
Há quem não seja cheio de questões?
Dizem que ando meio desligado da realidade. Pergunto-me, o que é realidade? O que eles entendem por realidade? (tempo)
Ando meio e gostaria de estar inteiro... Alheio á realidade forjada num esquema bruto e bárbaro de exploração. Barbárie, o que é? Eles conseguem notar a desumanidade de seus conceitos e praticas?
Estar alheio não é possível. Mesmo se ainda fossemos macacos, teríamos que nos enquadrar á algum tipo de esquema social para garantir suprimentos básicos e proteção, isto é prático!
De onde viemos, evoluímos, o que é sociedade? A cada fragmento do pensamento surgem novas questões ao olhar que está atento.
É por isso que estar desligado, pelos menos naquele meio, buscando um ponto de equilíbrio, é necessário ás vezes... Para esquecer o horror da barbárie. Para fundamentar conceitos, para tornar mais sábio e ser capaz de afetar positivamente, já que alheio não poderia ficar.
Estampa-se em nossas caras a genuína guerra civil. Os noticiários deprimem qualquer mente que esteja mais atenta aos valores primordiais da humanidade: o ‘amor ao próximo’, a paz, a justiça, a liberdade, a fraternidade...
A capacidade de alguém em esquartejar seu semelhante, violentar crianças, agredir tão covardemente o outro é em menor importância revoltante e muito mais chocante.
A violência banal – cotidiana – nos enfraquece. Golpeia o sonho dos altruístas, rouba a atenção dos jovens, tira o sossego das mães e pais de família, e não deixa espaço para ludicidade infantil.
Crescemos cercados de cuidados, ensinados a confiar nas paredes, portas, janelas, grades, trincos e cadeados. Crescemos cercados de preconceitos, ensinados a marginalizar aqueles que contrariam nosso supérfluo ideal de “boa gente”.
“Que cara de marginal, olha a roupa dele.”
Quantas vezes nos enganamos?
Quantas vezes nos enganaram?
Levamos esta vida ameaçada pelos perigos do mundo e pelos medos que cultivamos na alma. Estava vida calada pelas respostas prontas que o sistema nos oferece.
O que é melhor pra você?
O que te faz feliz?
O que vale, de verdade, uma vida distraída unicamente pelas paixões do mundo?
Adotando valores artificiais de prosperidade, conquista, dominação e status social?
“Há novos poetas entre nós
Eles sugiram nos guetos
Os mais escuros e esquecidos
Onde as atrocidades são incontáveis
Falam de verdade a verdade que lhes é real
Falam do que veem e sobre o que sofrem
e o que sofrem os seus...
Chamam de Hip-Hop sua cultura e de RAP sua oração.”
::: VEJA MAIS RAP :::
>>> http://www.youtube.com/watch?v=SusN6tGS_as <<<
***nesses tempos de guerra, temos que amar a sabedoria, para sermos capazes de imaginar formas melhores de ser e de viver, formas independentes e verdadeiras – não este entulho montado pelo sistema – meios que não consumam nossas vidas e nossa moral e que não custem a miséria de nossos irmãos***
Felipe Daniel é estudante de filosofia e diretor da 10-idÉias Cia. de Teatro.