domingo, 24 de agosto de 2008

Agente não quer só dinheiro...


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Sobre uma parte da minha visão de filosofia e do que tenho observado nesses últimos dias! Valeu pela visita, espero seu comentário! Forte abraço! –

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Você tem fome do que?

[...] “Agente não quer só dinheiro,
agente quer inteiro e não pela metade...”
[...]

Ah! A filosofia...

Creio que há em cada aprendiz desta ciência, a clara certeza de seus fundamentos, práticas e utilidade. Utilidade questionada por muitos, mas por nós mesmos também, sem receio nenhum, para nós (e para todos que se dedicaram a ela) está tão bem fundamentada que dispensa defesas. Ademais, o termo “utilidade” é vago e dispensável para se aplicar á filosofia. Lembrando da poesia citada no início deste texto, fica mais fácil dizer que: o que é considerado útil e fundamental nas sociedades nem sempre é algo realmente bom e útil, na visão da filosofia – em vista do bem humano.

"Eu ando pelo mundo prestando atenção Em cores que eu não sei o nome Cores de Almodóvar Cores de Frida Kahlo, cores Passeio pelo escuro Eu presto muita atenção no que meu irmão ouve..."

Mais uma letra da qual tomo licença poética para ilustrar minhas idéias; não é fácil visualizar o filósofo ali no centro dessa cena? Prestando atenção a tudo, mesmo o mais abstrato, o que parece mais intangível, o que muitas vezes não pede licença para lhe absorver todo pensamento, e assim, quase lhe tomar de si mesmo.

Prestando atenção àquilo que é perdido no cotidiano, que é jogado no banal e de quê ninguém liga por descobrir sua essência, mas que muitas vezes, mesmo não se sabendo se é oco, serve de apoio á dogmas, ideologias, sistemas políticos e as mil idéias vendidas pelo marketing; por exemplos.

[...] E VENDO DOER A FOME DOS MENINOS QUE TEM FOME [...]

Enfim, uso mais este fragmento, para comentar como a filosofia me tem sido útil, no sentido de quase um consolo, nesses dias em que assisto jovens amigos concordar passivamente com a idéia de impossibilidade de auto-realização, com a ignorância de muitos acerca de seus próprios talentos e sua capacidade de afetar positivamente uma comunidade.

Estamos longe de uma sociedade que careça só de comida, a crise dos alimentos no Brasil e no mundo beira à especulação. Quem não se lembra de quê o que foi gasto na guerra do Iraque – em trilhões de dólares – poderia salvar todo um continente da fome que o faz perecer desde o seu primeiro século de colonização? Termos alimento suficiente para seis e meio ou sete bilhões de pessoas no mundo é questão moral e de inteligência. O que me leva a crer que a fome que mais assola é a fome causada pela ignorância. A fome de arte, a fome de letras, a fome de discutir idéias, a fome de educadores apaixonados e aprendizes motivados.


[...] E o que é que vai fazer a juventude, pelos pobres do país?

O que faz e vai fazer a juventude, para ver seu povo um pouco mais feliz?
[...]





Leitura referencial:
- “Comida” – Composição: Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Brito.
- “Esquadros” – Composição: Adriana Calcanhoto.
- “Igual aos Pobres” – Pe. Zezinho.